Toda
apaixonada por artesanato tem mania compulsiva de comprar muitos novelos de
fios (de algodão, lã e sintéticos, barbantes, etc). É só entrar num armarinho e sai de lá com pelo menos alguns novelinhos
suficientes para confeccionar um cachecol, ou se encanta por um fio de uma cor
ou tonalidade diferente e leva logo o suficiente para uma blusa.
Em
casa, na ânsia de começar um trabalho novo vai logo desmanchando o primeiro
novelo sem saber exatamente que modelo quer fazer. Faz uma amostra, faz outra,
enfim começa a peça e no dia seguinte o calor chega e a empolgação vai embora.
Não anota nada sobre a peça que ia fazer, coloca o trabalho num fio,
esquece o número da agulha que estava usando e o trabalhinho acaba lá na
sacolinha... abandonado (chamamos isso de falta de planejamento e organização).
O
tempo passa, outro inverno chega e é hora de buscar os fios e as agulhas de
tricô esquecidos nos armários. E agora? Como continuar? Que agulha estava
usando mesmo?
Melhor
começar tudo de novo, afinal encontrou um modelo de blusa mais bonito e moderno. Então... fazer nova amostra com novelo novo, o outro aproveita depois e assim os novelos vão
sendo desmontados um a um... com amostras (Minha mãe sempre pergunta por que esse faz e desfaz).
Mas enfim, tudo tem um fim. Decidida a utilizar o
fio, resolve concluir um trabalho. Escolhe um novo modelo e reinicia a peça. Volta
do trabalho e corre pro tricôzinho, aproveitando cada minutinho no intervalo do
almoço e a noite tricô-novela ou tricô-filme (dublado é claro, senão o tricô não
progride ou você não entende o filme), afinal tempo vale ouro e o melhor é
aproveitá-lo ao máximo.
Enfim
terminada a parte correspondente ao tricô da peça, ela ainda não está pronta, faltam
as costuras, os arremates para esconder os fios soltos. Mas
essa tal montagem da peça é a parte mais chata de fazer (é uma boa ideia investir num tricô sem costuras)
e ainda tem aquele fio que acabou de chegar em casa e está esperando para ser
transformado.
E assim deixa-se a montagem e a costura da peça quase pronta para depois, e ela segue de novo para a sacolinha, que segue para
uma caixa, que segue para o armário, e que acaba sendo esquecida... de novo,
para ser resgatada no próximo inverno.
É
claro que no relato acima estou falando de mim, qualquer semelhança com outra
arteira é mera coincidência.
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